25 março 2014

O agora



Estou num momento bastante delicado da minha vida. Hoje, com 63 quilos exatos  -- eu já tinha chegado a 59,4kg em setembro passado --, e sinceramente, embora eu queira emagrecer, preciso cuidar de coisas mais prementes, tais como conseguir dormir, parar de sentir fobia só de ouvir o comunicador da empresa tocar, achando que é minha chefe me chamando, porque ando tão cansada.
Por dois anos, praticamente fui parando todas as atividades sociais e acadêmicas e de saúde pra me dedicar à empresa. Primeiro, eu achava que teria um fim: além de aprender o necessário no novo cargo para o qual eu havia sido promovida em setembro de 2011, nós conseguiríamos colocar todos os processos nos novos trilhos em que estávamos, já que a nossa área foi para debaixo da asa de uma área maior e bem distinta. Depois, tive questões de ordem particular, e uma família com problemas, uma irmã com questões sérias de saúde, tendo de ser operada o mais rapidamente possível, e todas as cobranças pra cima de mim. Não só de mim, de todos, mas acho que de algum modo eu senti muito mais a pressão, ou assim me parece. Ter de trabalhar diariamente por mais de 12 ou 14 horas, sem ganhar hora extra, porque se eu começasse a apontar horas eu teria de dar conta dos minutos que ia ao banheiro (era assim que me sentia), ter de trabalhar em todos os feriados, ter de justificar todas as vezes (e foram algumas consideráveis) em que eu fui ao médico, por problema de saúde ou por questões pré- e pós-operatórias (semana passada fez um ano que passei por uma abdominoplastia total), e ter de brigar para poder tirar férias foram coisas que, aos poucos, foram me minando.
Ao mesmo tempo, como o tempo não para, eu senti mais e mais a ampulheta da pós na cabeça. Meu prazo original foi reformulado. Então, agora eu estudo como posso, e quando posso. Eu não sei como, mas vou conseguir entregar. Estou naquela urgência de ter de parar de ler e começar a escrever, mas estou tão cansada, e o valium não fz efeito. Tomo as 10 miligramas que o médico mandou, mas nada resolve. Não faço as unhas, não seco o cabelo (ainda bem que Deus me abençoou com um cabelo maravilhoso), e a única coisa que estou conseguindo fazer por mim, no momento, é tomar as vitaminas. Tomo lavitam, materna, ácido fólico, ginseng, e caltrate. Sumiu o frasco de vitamina D, e preciso tomar.
A scooter quebrou, então eu estou pedalando o triciclo à força. Isso me ajuda a não engordar mais, mas eu tenho os malditos vícios que não tenho estrutura psicológica agora para tirar.