21 fevereiro 2023

Das escolhas que a gente faz

 

Nem sempre a gente está consciente das escolhas que faz; diria que, na verdade, a gente quase nunca tem essa clareza. No entanto, é fato que a todo instante a gente escolhe. Isso está, aliás, expresso na lead desse blog: "a consciência de que eu escolhi ser magra". 
Acontece que, no correr do dia a dia, nesse cotidiano monstruoso em que Sísifo empurraria a pedra alegremente (porque haveria alguma previsibilidade do que aconteceria no dia seguinte, e não a avalanche do imprevisível nem a soterradora necessidade criada de o ser humano fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora), a pessoa acaba se deixando levar. Não porque conscientemente quer ceder, mas porque procura um caminho alternativo, um alívio, e faz isso pelos caminhos menos positivos para ela. No caso de alguém que, como eu, luta para manter a saúde, luta para ser magra, uma ansiedade aqui, um prazo ali faz com que eu ceda e me esqueça que priorizar o aqui e o agora, que me priorizar significa manter a disciplina, manter o foco no meu objetivo. Nesse processo, podemos criar qualquer dispositivo de distração, e qualquer desculpa se torna rota de fuga de nós mesmos.  
Qual é o problema disso? É que não há atalho nem rota de fuga da vida. Para que encontre o sentido da vida e haja plenitude, a pessoa precisa invariavelmente entender que não lhe é dado escolher o que lhe acontece, mas como lidará com o que lhe ocorre. Eu leio, ou arrumo minha escrivaninha, ou vejo séries, mas nada vai resolver a pilha de trabalho e fazer o "tick" aliviante na lista de tarefas a resolver a não ser que eu mesma faça isso. Ora, mas eu não quero essa lista. Muito bem, o que eu quero? "Quero viver sem nada fazer" talvez fosse a resposta esperada. Não para mim: eu só encontro sentido na vida "carregando pedra", mas ela pode ser determinada: de que tamanho? De que peso? Por quanto tempo? Até onde? Com que finalidade? E, de repente, quando a gente começa a fazer essas perguntas mais inteligentes, começa a entender que há resultados alcançáveis. 
O preço para isso tudo é, certamente, a disciplina. E o que é a disciplina? É a escolha levada a sério. Ninguém precisa me cobrar a não ser eu mesma, e nem assim seria cobrança, porque a partir do momento em que eu escolho, eu, a partir de mim mesma, colho resultados que refletem no mundo: ex-colho ser melhor, ser útil, ser feliz, e encontrar um meio de fazer as coisas melhores do que se me apresentam. Eu escolho lidar com a realidade.
Toda escolha implica abandonar um caminho. O que eu levo adiante? O que fica para trás? O que não cabe mais em mim? Isso vale para tudo: roupas, maquiagem, bijoux, palavras, atitudes, comida, bebida, sentimentos, valores e crenças. Alguns abandonos são fáceis de fazer, mas outros podem custar, porque até que eu assimile que sua manutenção causa dano em vez de ajudar, vai um bom caminho. É nesse momento que surge a importância de manter a consciência da escolha: se eu escolhi ser magra (e eu já percorri o caminho das perguntas e das respostas que surgiram na análise de mim comigo mesma e com o mundo e no mundo), eu estarei consciente de que algumas coisas são sim, gostosas -- eu não vou maquiar dizendo que não faz falta porque eu já sei o gosto que tem um doce ou um sanduíche, por exemplo --, mas que o resultado do consumo me deixa mais longe do que eu quero para mim mesma. 
A pressão da vida é traiçoeira, e a gente pode se ver presa fácil dessa pressão: é marido com vários pontos de estresse, é filha, é casa para dar conta, é o trabalho, são as intermináveis e invencíveis contas a pagar, e "do nada" (como se fosse assim...) a gente acha que "ah, uma vez não mata". E, então, essa "uma vez" vira mais uma, mais uma e mais outra. Quando vemos, nosso relógio continua a girar para a direita, mas regredimos no que queremos. 
Como qualquer outra coisa que deparamos, o processo de emagrecimento envolve todo esse mundo de coisas. Nunca é "a comida", o doce, a cervejinha (eu não gosto de cerveja, mas há quem adore e tudo bem), e sim a necessidade do alívio. Para isso, cada um cria a rota que lhe convém. Sim, convém: convém para, até mesmo, aliviar o coração do peso da culpa por ceder.  Nesse caminho, para mim, cuja trajetória é de luta longa e com muitos obstáculos que consegui vencer com uma rede de apoio incrível, a vigília continua. "Vigília" é sinônimo para "consciência" da minha escolha. Eu tento encontrar, constantemente, caminho para manter essa escolha, e se eu caio, se eu cedo a uma fuga, a uma desculpa, o importante é reconhecer, aceitar e acertar a rota para frente de novo. 
Recentemente, precisei ter dois dentes extraídos (a minha história com dentes é longa e é outra luta que empreendo desde que comecei a faculdade), e eu usei esse evento como desculpa para comer. O que é, afinal, um sorvete gelado para o corpo se vai me ajudar na cicatrização? O que é uma batata e uma mandioquinha na sopa batida, já que não vou comer o ovo? Ah, mas já que é Carnaval e eu já comi sorvete de montão e sopa com carboidrato, o que são alguns dias até o término do Carnaval para que eu tenha folga? 
"Folga" de quê, meu Deus? Se fui eu que escolhi esse caminho, não é folga; é meu caminho e ele não tem de ser ruim. Faz parte do processo manter até chegar no objetivo. Eu estabeleci metas, etapas e prazos flexíveis, que sejam "cumpríveis", que sejam sustentáveis. O que não cabe nesse projeto? Não cabe me sabotar. Não cabe comer pão de novo, nem sorvete. Ah, mas uma vez não mata. Se fosse uma vez talvez desse certo. Só que eu ainda não atingi meu ponto de equilíbrio e o abandono do projeto não me levará ao propósito -- ao contrário, ele me afastará demais. Ele me afastou, nesses cinco dias, em mais dois quilos e meio, ou seja, dos 52,1 que eu tinha, estou com 54,6 kg. 
Pois bem: eu reconheço porque faço esse exercício de análise, aceito, e entendo que há outros modos de "aliviar", de "compensar" a pressão que não seja comer a minha emoção. No "quesito" objetivo, a "ala" foco deve receber nota 10, e ela só depende de mim para ser atingida. Quando eu digo que só depende de mim, não é autossuficiência, mas a ideia de que eu posso e devo acionar minha rede de afetos, de distrações saudáveis, de atividades, de desvios de atenção, de autocuidado e de toda a complexa rede que me faz ser quem eu sou para que dê certo. 
Corrigir a rota é voltar minha atenção para mim e para o que eu escolhi. Eu escolhi ser magra. Escolhi ser magra pelos motivos errados, como a pressão pela beleza e pela estética da mulher magra, e no caminho eu aprendi os motivos certos. Eu entendi que ser magra é ser leve e ter saúde. Quero ser magra de sentimentos ruins, de mágoa, de rancor, de inveja, de ira, de qualquer coisa que seja ruim. É fácil? Assim como emagrecer o corpo, manter o coração -- metaforicamente falando -- não é tarefa fácil, e eu sei que um coração e uma mente saudáveis implicam diretamente resultados de um corpo saudável. É uma dialética perfeita, um yin-yang que só tem a oferecer paz e plenitude. 
Eu ouvi hoje um profissional terapeuta citar Clóvis de Barros Filho: "felicidade é a gente não querer que aquele momento acabe". Eu acredito que, como "não há mal que nunca perdure nem bem que nunca acabe", a felicidade se traduz como momentos da nossa vida. Eu escolho construí-los tantos quantos eu consiga, e eu os mantenho vivos no meu coração. Quando eu deixar minha vida e meu espírito retornar ao Lar, o que levarei serão esses aprendizados, as vivências, as memórias, o conhecimento adquirido. Se eu puder sair daqui leve, será maravilhoso, mas antes disso eu quero viver de forma mais leve. O processo, no entanto, não é simples e exige consciência da nossa própria escolha. 
Por hoje, antes de o Carnaval acabar, eu escolho retomar a rota do meu objetivo, escolho manter as ações necessárias para atingir meu ponto de equilíbrio, e escolho cozinhar, como essa vitamina de morango com leite de amêndoa e esse ovo mexido que fiz e está na foto, ou a "lasagna de leguminosas e ricota" que cozinhei ontem, escolho beber mais água (ainda que isso me custe o inconveniente de ir mais ao banheiro, com a dificuldade que tenho porque não ando), escolho fazer minhas listas e escolho cumprir o que eu estabeleci, pensando em mim e nos que me rodeiam, o que é bom. Escolho, amanhã, com a anuência das dentistas, retornar à academia, que frequento desde 18 de novembro, para continuar minha caminhada. É uma caminhada de descoberta de mim mesma, de reconhecimento a todos e todas que fizeram e fazem parte dela, e uma maneira linda de aprender a me superar a cada dia, a ressignificar a dificuldade e entender que ela existe, mas que ela será incapacitante o quanto e o tanto que eu permitir que ela seja. Por hoje, eu a venço. Venho para compartilhar essa minha humanidade, meu sincero desejo de que cada um e cada uma encontre dentro de si essa força, essa fé, esse sopro que nos anima diariamente.   

23 maio 2022

Quase quatro meses depois

     No dia 25 de janeiro eu entrei nos desafios da Ana Mungioli. Doente, cansada, meio sem ânimo. Pesando 69,3kg. Isso significa que eu tinha recuperado 7 dos 17 quilos que eu tinha lutado para eliminar. Estava com anemia profunda (7,1 de hemoglobina) e todos os níveis de vitaminas lá embaixo.  
  De lá para cá, foram algumas idas ao médico, exames de check-up, alimentação saudável e muita, mas muita disciplina mesmo, mesmo diante das coisas que eu faço. Resultado: ontem, a balança indicou 57,7 kg. Isso significa que, nos desafios -- pois agora estou no Lowcarbianas 21 -- eu emagreci quase 12 quilos, né? 
   Hoje, porém, eu sabia que a balança mostraria diferença (de fato, marcou 58 kg exatos), e isso foi consciente: eu sabia que minha amiga Estela viria ontem e, então, eu comi como exceção três fatias muito finas de pão italiano com manteiga e alho lá na Cantina Gigio (mas pedi essa salada Alla Trip linda da foto) e comi dois pedacinhos (digo "-inhos" porque não foram fatiiiias, mas daquelas quadradas que a gente corta para tomar café da tarde) do delicioso bolo com nozes e maçã que a Estela preparou. Ela se esmerou para fazer um bolo saudável e naturalmente doce, embora tenha adicionado carboidrato, mas eu vejo ali o carinho e a dedicação de uma amiga maravilhosa, e venhamos, o negócio é manter o foco. 
   Sendo assim, nesta manhã, já acordei "no pique", depois de rever o vídeo da Re Nunes, essa menina tão maravilhosa, sobre o que fazer para "compensar" e ficar no peso no caso de "jacar". Então, no "baixo" desses 12°C desse inverno antecipado, eu fiz meus exercícios lá no banheiro, como já não fazia desde... (**consultando agenda**) 14 de março e já bebi um copão de água (gelada direto do filtro de barro -- brrr) antes de vir para o escritório-gabinete (está reformado e a conta é alta, mas trabalhar aqui é maravilhoso). 
   Ontem à noite, depois que a Estela foi embora, eu assisti à Live de uma das mentoradas da Ana Mungioli, essa bênção na nossa vida (eu mesma foi entrevistada por ela na quinta retrasada, dia 12) e me inspirei ainda mais nessa mulher entrevistada que emagreceu 41 quilos. Hoje, o dia é cheio: correções de redações (de 15 a 20 é minha meta), aula de língua inglesa para dois adolescentes e aula de Introdução ao Romance -- começaremos a conversar sobre Robinson Crusoe
   Continuo, pois, no foco. Como eu havia dito, minha meta é atingir os 55 quilos; estou perto disso, e se puder emagrecer um ou dois quilos a mais para ter uma "folguinha" de observação do processo de manutenção 80/20 (80% de foco na Low Carb, 20% programados para um evento ou dois, no mês), tanto melhor. 
   Eu demorei para perceber as mudanças no meu corpo, que está mais magro e flácido, é claro. As questões estéticas não serão negligenciadas, mas tudo tem seu tempo e sua ordem. Agora (e sempre), é manter o foco e conseguir pensar em meu projeto de PD. Bora lá, que a semana está só começando!

29 janeiro 2022

Prioridade

   

 

   É-é: a gente "trupica mas num cai" ou, se cai, "levanta, sacode a poeira e continua". Esse é o meu caso.
   No segundo semestre de 2021 as tarefas na escola começaram a ficar muito acumuladas e, por mais que eu virasse noite, não dava conta. Eu fui abandonando os óleos essenciais, as vitaminas, a alimentação Low Carb e os exercícios. Com tudo dando errado e eu correndo atrás do prejuízo, eu aumentei o nível de ansiedade e o sono despirocou de vez.
   Para ficar doente foi "um-dois": bastou minha filha vir doente da creche e eu me ferrei de verde e amarelo por mais de dois meses. Para completar, meu companheiro está em fase final de tese e anda mais esticado do que corda de violino. Finalmente, a babá da minha filha -- que é um anjo na terra -- também passou a ter problemas de ordem de saúde e familiar, e então complicou pra nós duas. Até cheguei a ir para a praia, mas não aproveitei como devia, porque a saúde estava como já se imagina.
   O resultado desse pandemônio foi um exame de sangue degradante, uma hemoglobina de 7.1 e shots de Noripurum com soro na veia, que comecei a tomar, além da Citoneurin 5000 na bunda (essa dói, viu?). Isso é o que dá trocar um estilo de vida saudável e um resultado abençoado por amendoim que eu mastigava feito uma capivara raivosa enquanto corrigia redações. Como eu não sei diminuir, parei: não comprei mais amendoim e devo ficar sem comprar por um booooooooooom tempo.
    Tive um começo de ano difícil: a scooter quebrou, fiquei doente de novo, fiquei melhor, trabalhei pra cacete num freela e só agora estou começando a me organizar. Nessa reorganização, eu entendi que eu sou a prioridade: se eu não estiver bem, ninguém vai ficar. Eu quero me sentir bem, feliz e em paz comigo mesma. Então, vou recomeçar pelos check-ups, pelas vitaminas e pela alimentação -- e hidratação também. Por isso, eu assinei minha matrícula no Desafio Pontapé Inicial da Ana Mugioli -- a mulher que me inspirou e me ajudou, sem saber, a emagrecer tanto -- e estou aí, na luta. Comecei com mais de 69 quilos, no dia 25 de janeiro. Hoje, quatro dias depois (e tendo escorregado uma manhã) eu estou com 68,1 quilos. Os exercícios eu vou retomar depois de tomar as três doses de Noripurum. Até lá, já terei também consumido Centrum e Vitamina D para dar o suporte necessário ao corpo.
   Vai doer? Vai. Vou demorar a emagrecer? Vou. Mas eu demorei meio ano pra engordar sete quilos e meio, né? Então, se eu demorar isso para emagrecer, vai ser assim e pronto. Se demorar mais, tudo bem também. O importante é manter o foco e a disciplina.
   Isso significa que eu vou priorizar minhas metas: quero chegar, sim, aos 55 quilos, e quero ficar com minha filha aos finais de semana. Não importa o quanto de compromisso eu tenha: serão feitos os trabalhos de segunda a sexta. Nem eu nem ela merecemos esse inferno de semestre que vivemos. Por falar nisso, preciso ir fazer o caldo verde e ir dormir. Amanhã, domingo, estarei cedinho no laboratório para fazer uns exames do check-up
  
 




 

03 maio 2021

Quase lá

 

Amanheci com exatos 62 quilos. Estou, portanto, relativamente perto de atingir minha meta inicial de chegar aos 60 quilos. 

Digo "relativamente" porque o processo agora é beeeem mais lento. Eu tive dores decorrentes de inflamação no ombro e agora estou com o joelho lascado. Por isso e pelo aumento de número de óbitos diários na pandemia (que impedem que eu tenha a ajuda da babá aqui em casa), eu acabei interrompendo um tanto meus exercícios diários. Mesmo assim, renovei a assinatura semestral com o treinador e estou me organizando para retomar os exercícios nessa semana (a partir de hoje, para ser exata). 

Depois, digo "inicial" porque a ideia sempre foi atingir, primeiramente, o peso com que fiquei ao ter emagrecido após a cirurgia bariátrica e após ter feito a abdominoplastia total. Em seguida, quero trabalhar para atingir a meta que a nunca consegui chegar após a cirurgia, mas que era o que a equipe multidisciplinar considerava ideal para mim, ao terem avaliado meu caso antes da cirurgia. Essa meta é 55 quilos. Eu tinha, então, 32 anos, prestes a completar 33, e hoje já tenho quase 12 anos a mais do que isso. Então, a minha nutricionista atual (com quem me consulto desde 2019) considera que eu posso ficar numa "zona de conforto", por assim dizer, e girar em torno de 57 ou 58 quilos, para evitar que eu retorne aos 60 quilos. Esse é um prêmio de consolação, para mim, pois queria mesmo chegar aos 55 quilos. Quem sabe, assim, poderei usar uma calça 42 nessa vida. Por enquanto, estou no manequim 46, acho. É. O fato de ser anã faz com que eu use tamanho maior. Então, preciso mesmo ter uma meta mais arrojada.

Eu sei que manter a meta mais arrojada em foco é ter a consciência de que ela não será atingida rapidamente. Eu demorei um ano e dois meses para sair dos 78,3 e chegar aos 62 quilos -- com alimentação Low Carb, da qual escapo ocasionalmente para comer uma maça e umas bolinhas de uva (mas olha, eu exagero no amendoim... Isso não é bom). Acho que vou demorar até o final do ano ou até entrar uns dois meses de 2022 para chegar em 55 quilos. Com a pandemia acontecendo e o trabalho se acumulando, eu tento gerenciar o estresse e tento resolver um dilema muuuuuuuito mais antigo que determina muitos fatores no processo de reeducação alimentar e de emagrecimento: a insônia, com um sono irregular. 

Minha filha passou muito tempo com a babá para eu conseguir entregar o trabalho acumulado, mas ela está, graças a Deus, comigo. Mesmo com as aulas na faculdade, tentarei dividir o meu tempo entre as correções, a preparação das aulas e ela. Isso significa aproveitar cada minuto para cumprir a cota do dia (sim, eu coloquei no bullet journal quantas redações de cada turma preciso corrigir por dia para manter o ritmo e não acumular tudo). Também quero começar a tentar combinar a companhia dela assistindo aos desenhos (cuja "curadoria"  é minha [para não dizer censura, mesmo]) enquanto fica comigo no escritório, comigo corrigindo os textos. Abaixo o volume e me concentro, e quando ela tenta conversar eu explico que quando melhor eu me concentrar, melhor será o resultado e mais rápido eu terei terminado a cota do dia. Vamos ver o quanto consigo fazer isso dar certo.

Por agora, vou justamente terminar por aqui, pois ainda tenho 7 para fazer e um texto acadêmico para reler. 

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09 dezembro 2020

Hoje, atingi três marcos no meu processo de reeducação alimentar

 

Vamos aos marcos de uma vez por todas:

1) Atingi o peso que tinha quando engravidei;

2) Atingi a marca de 10 quilos emagrecidos neste ano;

3) Voltei a fazer exercícios. Moderadamente, mas voltei.

Subir na balança ao acordar e ver a marca de 68,3 kg foi de uma satisfação serena de quem sabe que o resultado vem com o foco e a disciplina. Quebrei o esquema? Se você considerar dez bolinhas de uva niágara, 1 fatia de 20g de abacaxi, 80 gr de manga palmer e 1 maçã gala como quebra, em ocasiões alternadas, então sim, mas não comi açúcar nem mel nem farinha branca nem integral nem amido algum. Comi porcaria? Bom, uns dois chás-mattes zero com limão e umas três latas de Itubaína zero. Com esse calor, a gente cede... Mas, de novo: não tem carboidrato aí.

Não fiquei fazendo receitinha. Na verdade, fiz um flan de cacau duas vezes, espaçadas, mas da segunda nem deu pra comer porque ficou ruim. Eu acerto mais nos pratos salgados: fiz uma torta-quiche muito boa, mas meu chéri que quase acabou com tudo. :)

Eu fico postando as fotos lá no meu Instagram, para compartilhar essa experiência. Isso também me anima, porque me compromete com quem acompanha o processo. 

Finalmente, em meio à correria -- sim, ainda estou lecionando na USP e trabalhando com atendimento de alunos no colégio --, eu consegui dar continuidade à arrumação da cozinha após a reforma (gente, tá quase-quase do jeito que eu quero), à reeducação alimentar e consegui tirar as fotos para enviar ao orientador físico. Então, ele me enviou para essa semana o treino de adaptação: 4 séries de elevação lateral HBC (com esses halteres da foto), abdominais bicicleta, flexão de braços com os joelhos no chão e abdominais crunch. Cada série com 10 repetições, e descanso de dois minutos de descanso entre cada série. Meu, cansa levantar o corpo no muque, viu. E ele falou que como é "básico", que é pra eu fazer todo dia. 

Outro projeto que tenho levado a cabo é assistir a um filminho de Natal a cada noite, até a Véspera. Comecei dia 21 de novembro. Então, ainda que eu comece a ver após a meia-noite, eu conto como "o filme do dia", porque eu ainda não dormi. Sendo assim, vou encerrando por aqui e vou ao filme. Amanhã, eu gravo duas aulas (eu detesto fazer isso, mas o semestre foi curto e eu não quero que fiquem sem esse conteúdo) e ainda tenho de resolver coisas de casa. Estou, também, atrasada com a montagem da árvore e com a decoração natalina. Por isso, até a próxima! 

28 outubro 2020

"Te vira, linda!"

 

Essa foto eu tirei do Pinterest, então não tenho referência exata dela, mas ela serve para traduzir o que tem se tornado meu café da manhã: ovos e café preto. Faço lá uma variação: às vezes queijo, às vezes requeijão, às vezes manteiga, mas sempre sem nada de carboidrato simples, ou seja, no sugar, baby. Aliás, tenho tomado xylitol e,  um dia, eu até me arrisquei a tomar um carioquinha sem açúcar. Não foi nada gostooooso, mas dizem que com o hábito a gente aprende a verdadeiramente saborear o café.

Além da alteração de humor, a mudança na alimentação aliada à falta de vergonha na cara gerou a capacidade de ficar gripada na semana passada. É bem verdade que pegamos da nossa pequena, só que isso não teria acontecido se eu tivesse 1) fazendo o correto uso dos protocolos dos óleos essenciais  (quando a casa começou a ser pintada, eu "larguei de mão"); e 2) eu tivesse tomando as vitaminas de que necessito por causa da condição de ser operada do estômago. Bom, a gente toma na tarraqueta numa dessas, né. A médica até achou que fosse COVID e me mandou fazer o PCR, mas o resultado saiu e graças a Deus deu negativo. 💖

Meus horários estão super irregulares, mas eu ando levando a sério o que o pessoal da low carb orienta: coma quando está com fome, e coma para saciar, e não para entupir porque está gostoso. Então, eu tenho comido mais proteínas e venho registrando, consistentemente, o que como no diário que existe no My Fitness Pal (lembram dele? Resgatei das antigas e coloquei-o na ativa). Acho que só um dia eu passei da meta que me coloquei de 1300 calorias. Por via das dúvidas, eu resolvi marcar uma consulta com a Dra. Marisa, nutricionista, para a gente regular direito as necessidades diante do que estou fazendo e de onde preciso chegar. 

Não é só de comida que uma transformação acontece. Eu sei que preciso beber mais água e eu tenho tentado sem muita força fazer isso, porque ir ao banheiro sem andar é um problema de mobilidade que, dependendo do quão repentinamente eu fico apertada, pode gerar um constrangimento. Anyway, preciso beber água. Eu que lute. Eu tomava muito chá-mate, mas sem o açúcar eu nunca mais fiz. Tomo o de hortelã, só que o de erva-doce não me apetece. 

Como não só de comida e de bebida vive uma transformação, eu fico me lembrando de que o Dr. Thales me diz que minha vida vai ser sempre essa muvuca e que eu tenho de me virar e encaixar exercício físico nela. Também sei que academia é furada, dadas as especificidades do meu caso. Então, vou contratar um técnico que vai me orientar à distância. Não tive recomendação, e eu o encontrei pela internet, mas acho que vai dar certo. Temos conversado e eu devo começar assim que o dentista me liberar (eu vou fazer uma das cirurgias envolvidas no processo de implantes dentários -- são 4, e eu estou nisso na APCD desde o ano passado). Eu tenho certeza de que qualquer coisa que eu faça já vai me ajudar a me colocar em movimento e, quando eu menos esperar, vou ter incorporado uma rotina de exercícios, com o objetivo de ganhar massa magra, prioritariamente. 

Não fiz "receita low carb" de doce nem nada, porque isso também engorda. É doce de leite, é creme de leite, é pudim, é bolo... Não, obrigada. Eu quero chegar na minha meta e eu não posso me dar ao luxo de fazer isso. Quando bate aquela vontade desesperadora, eu como um tablete de 10 gramas de chocolate 70%. Na TPM, eu comi 20 gramas... 😧

Tenho a dizer que emagreci, até agora, em 19 dias, 3,9 quilos. Eu voltei a usar uma blusa que não estava me servindo, e a sensação é muito, muito gratificante. Eu sei que demora, sei que é um processo, que bate a bad, que o estresse e o leve desespero de ter de corrigir 150 redações em 8 dias úteis é grande, mas é um dia de cada vez -- pra tudo. Quando a gente tem de fazer, é como no quadro do Meu Poupe, da Bruna Andreotto, o "Te vira, linda!" -- só que lá é pra gerar renda extra. Esse é um caso pra focar ano que vem. Minha prioridade esse ano é manter qualidade e excelência no que já faço -- o que inclui tudo nesse período de um dia. E, nesse tempo, eu dedico tudo o que posso pra minha filha: brinco com ela de cozinha, de desenhar, de montar castelinho, leio pra ela, cantamos juntas, e assim vamos indo. 

Nisso tudo, tem as aulas na faculdade, que amo de paixão, e eu preparo da melhor maneira que consigo. Conto com a babá para cuidar do que não posso e preparo as aulas. À noite, ou de madrugada, quando minha Flor de Primavera finalmente dorme, eu sempre leio um pouco dos romances do curso, mas o grosso mesmo eu preparo antes de ela acordar -- como agora, por exemplo. Lá vou eu corrigir as redações, porque tenho meta diária pra bater e não me embananar. Pretendo voltar em breve. Talvez, eu diga que de 71,5 kg eu passei a quase 70 ou, com otimismo, menos de 70 kg. A ver.

11 outubro 2020

A decisão nunca é repentina


Durante esse período de pandemia, as atividades laborais não pararam -- e eu dou graças por ter como defender o pão e o salário da babá na casa dela (muitas vezes com minha menininha, quando aqui não deu pra ficar por conta de produtos usados na casa e de pó em excesso). Nesses meses, lidamos com reforma da casa, e daí adveio a necessidade de ficarmos tempos sem a nossa filha em casa, porque era MUITO pó de tinta descascada, lixada, e produtos químicos fortes. Mas ou fazíamos agora, ou não daria mais, por N motivos que não vêm ao caso. 

O problema de haver tantas coisas a cumprir ao mesmo tempo agora é ter de me virar nos 30 e lidar com a montanha-russa de emoções e de humor tanto meu quanto do meu companheiro. A pandemia e a reforma nos exauriram muito, mas a gente sabe que quando um está "virado no jiraya", o outro fica longe o quanto possa, ou evita conversar. 

Mesmo assim, o que não consegui foi regular a vida: sono irregular, comida irregular, muito muito muito pão e açúcar demais. Eu disse demais. O resultado não foi a engorda excessiva -- eu voltei aos 75 kg, e já estava nos 73 --, mas o cansaço extremo. Para subir as escadas, à noite, ou para acompanhar o ritmo da minha menina, eu peço ajuda a Deus.
Um dos meus hábitos de antes de dormir, ou numa folguinha que me dou, é ver vídeos de educação financeira. Eu estou assim desde março, e tenho conseguido, muito aos poucos, com exceção de setembro, me acertar. Nessas, eu passei a assistir a canais de minimalismo, consumo consciente, e tal. Resolvi destralhar muita coisa em casa (minha irmã chamava de "mitamamigaki"), até mesmo por causa de esvaziar armários para pintar os cômodos, e eu cogitei muito o que fazer com as roupas que não me servem. Há muitas camisas e vestidos que não me servem por poucos quilos -- coisa de 5 quilos, por exemplo --, outras que eu guardo como lembrança dos meus 19 anos, mesmo. Aliás, uma delas é tão linda e perfeita e atemporal que eu vou guardar pra minha filha. Daí, pensei: "é sempre mais fácil dar fim do que emagrecer, só que eu gosto do que eu tenho e não quero comprar roupa maior. Já estou comprando GG de novo". 
Comecei a pensar na minha vida, nesse blog, em que raramente escrevo, mas no qual eu coloquei, na lead, "a consciência de que eu escolhi ser magra", e também em economia, e principalmente em saúde e em bem-estar. Venho pensando nisso há muito tempo, enquanto vivo a minha vida na correria de sempre, mas agora tentando me dedicar a uma tarefa de cada vez -- são muitas, mas nesse ano eu adotei melhor a agenda e usá-la me ajuda muito. (De novo, setembro foi tão intenso e bagunçado por causa da reforma que eu não fiz agenda e me lasquei bonito). Nunca encontrava coragem de fazer uma dieta, de entender que preciso regrar a alimentação e comer de forma que, ao final do dia, haja déficit calórico ao mesmo tempo em que haja equilíbrio nutricional. 
Na quarta-feira à noite, eu estava vendo os canais do Youtube sobre economia, vida doméstica, minimalismo e então eu vi um retângulo em que uma moça dizia que tinha perdido 30 quilos em 4 meses -- e manteve. Eu não quero e não preciso perder 30 quilos, graças a Deus, mas uns 15 ou 16 vão muito bem. Resolvi assistir a ele para ver o que ela fez. O resumo da ópera é que eu naquele instante tomei coragem, e o que era um processo lento e gradual de mente, coração e corpo, tomou a forma de uma decisão: comecei ali mesmo a dieta low carb. Eu lembrei que há anos, talvez uns 20, uma nutricionista me indicou, mas eu não aguentei nem 8 dias. Os tempos eram outros e eu morava sozinha, sem apoio e sem estratégias, e com um estômago maior. Pensei nos óleos essenciais e nas vitaminas que preciso tomar diariamente e cheguei à conclusão de que valerá a pena fazer isso. A minha irmã Renata me falava do mal que o açúcar faz, e como ele vicia a gente. 
Eu fui ao Armazém do Natural, comprei os temperos e as farinhas especiais pro caso de precisar, bem como o xylitol, porque eu ainda não consigo tomar café sem açúcar; passei no Oba, comprei o que precisava consumir de verduras e alimentos a cozinhar, fui ao mercado e comprei queijos e aquilo os radicais proíbem: um copo de iogurte natural desnatado e leite semi. À tarde, eu tomo um copo de leite com uma colher pequena de xylitol e outra de cacau puro, batido, e esse é meu café. Agora à noite, por exemplo, tomei um chá de hortelã e então, na fome, tomei meio potinho do iogurte natural desnatado. 
Confesso que ter retirado o carboidrato simples e as massas me deu um rebote danado. Na sexta-feira bateu a bad, eu chorei, eu fiquei mal, e o dia inteiro nervosa e irritada, mas não desisti. Os vídeos me ajudam porque me educam e me animam. Tem página de reeducação alimentar no Facebook, tem os perfis no Instagram, e assim vou me mantendo animada. Minha meta é começar a fazer exercícios bem devagar quando tiver saído dos 68. Até lá, não vou tentar: meus joelhos com artrose reclamam muito mesmo. Então, quando eu tiver com 60, eu vejo se consigo emagrecer mais dois quilos para estabilizar. Mas a meta mesmo é 60kg. Se tenho prazo? Cada corpo reage de um modo. Eu tenho tomado água, tenho ido ao banheiro, e não fiz jejum intermitente -- é muita coisa para um começo só, e se eu for fazer será apenas a partir de novembro. Minha meta ideal é emagrecer esses 15 quilos em cinco meses. Eu sei que todo processo de emagrecimento tem platô, e estou contando com isso nesse tempo. Então, até 7 de março, que é aniversário do meu irmão caçula, quero ter atingido a meta. 
Agora, eu vou subir, fazer minha "rotina de beleza" (a dermatologista me passou um creme pra eu passar à noite, mas fui eu que pedi -- a gente precisa atacar as ervas daninhas quando estão nascendo e, no caso, são as discretas manchas no rosto) e dormir. Tenho duas aulas pra reassistir e 20 redações para avaliar ainda no domingo. Fora isso, tenho duas matérias pra montar no Moodle também nesse domingo, para os alunos de graduação. Então, até a próxima. 

14 junho 2020

Do cotidiano e da necessidade de me aprumar -- mas emagreci, mesmo assim

Andei invertendo os horários nessa semana e isso me bagunçou bastante a vida. Agora, por exemplo, são 4 da manhã do domingo. Quero acordar cedo e quero corrigir quinze redações, ao menos, das 40 que tenho -- antes que cheguem as 90 que virão na quinta-feira. 
Na segunda-feira, dou aulas. Na terça, também. A bateria da scooter -- com a qual venho tendo problemas desde que tentei trocar, no final do ano passado -- pifou de vez, e então meu pai virá na segunda para ir à loja para ver o que se pode fazer. Espero não ter de pagar pela troca, já que até agora não deu certo e elas nem duram uma semana, mesmo eu fazendo tudo certinho. 
O que vou tentar fazer é retomar o uso da agenda. Parece que não consigo dar conta de usar o Bullet Journal quando estou assoberbada, e isso é super ruim. De toda forma, fiz o mês de 14 para frente, já que não faz sentido preencher o que já foi, e vamos ver se uso. 
Estou me pesando com constância e tentando consumir menos coisas ruins, mas confesso que ataquei bolachas e comi uma barra de chocolate nessa semana, por causa da TPM. Raramente faço isso, mas dessa vez acabei deixando passar. No fundo, é melhor fazer isso do que brigar, chorar, ou ficar muito deprê. Esse isolamento social e a pressão da rotina toda mudada são coisas que nos pressionam muito. Há dias em que sinto minha energia drenada só pelo péssimo humor do meu companheiro, que lida com as frustrações, a raiva e a ansiedade reclamando muito.
No final, eu me desorganizo e acabo sem tomar as vitaminas. Até os óleos faz 10 dias, mais ou menos, que não mexo. Retomo tudo isso a partir de HOJE. 
Do lado positivo, mexi um pouco mais na organização do quarto da minha filha, consegui assistir a 3 filmes, e fiz mais quadradinhos de crochê pro cobertorzinho da boneca que ela ganhará no aniversário, em setembro. São 15 quadrados; há oito prontos. :) Também tenho cuidado  muito da minha vida financeira, assistindo aos canais de educação financeira no Youtube, e controlando os gastos. O único exagero que fiz foi comprar a coleção da Anne de Green Gables, porque estava a um incrível preço na Ciranda Cultural (R$9,95 cada um!). 
Por último, a notícia é a de que a balança tem me mostrado saldo positivo: 73,8 kg nesse sábado. Cheguei a ver 100 gramas a menos um dia antes, mas não abusemos. Fico com esse número e vou controlando. A sensação de colocar roupas e senti-las entrando sem me sufocar é muito boa. Se o Smart&Sassy ajudou? Talvez; acho que sim. Mas ajudou diminuir pão e, o que é significativo, ingerir água. Não é o ideal, mas já estou tomando água todo dia (ou quase; deixei escapar uns dois). O próximo passo é fazer exercícios, nem que seja um pouco. E assim vou indo.  

19 abril 2020

Da normalidade em tempos de coronavírus

A imagem deste post foi retirada de um evento acadêmico da UFRJ, em tempos de coronavírus. 
Eu não me considero a pessoa mais equilibrada, mas tampouco estou completamente obcecada por notícias acerca da pandemia que assola o mundo hoje. Aqui, no Brasil, já temos 2374 mortes oficiais, e a gente sabe que há muita subnotificação, mas não há o que fazer além de tentarmos nos proteger. 
Eu agradeço pelo fato de manter meu emprego em casa, só  que isso gera uma ansiedade enorme, duplica o trabalho e nos consome psicologicamente que é uma coisa de doido. Tenho dormido bastante bem, e acho que isso se dá porque eu estou tomando o óleo essencial de lavanda e o de copaíba, mas também deito cedo, às vezes, porque me bate uma deprê danada. Eu não consigo lidar com esse sentimento de que eu queria só fazer o que as pessoas dos grupos de Whatsapp fazem, que é cozinhar coisas deliciosas, ficar fazendo artesanato, escrevendo, compondo poemas, ... Eu penso nas trocentas redações para corrigir e me deprimo de pensar no puta trabalho que vai ser ter de lidar com isso no sistema do computador em vez de corrigir a mão, e o tempo que isso vai consumir. Daí, penso no tanto de leitura para a faculdade, porque leciono literatura, e me sinto ansiosa, porque tenho o trabalho no Colégio, tenho a casa, tenho minha filha e meu companheiro, e fico assim, ansiosa. Minha resposta a tudo isso é terminar coisas antes inacabadas -- geralmente, coisas que dão trabalho pra fazer e precisam que eu me dedique a esses projetos --, ou ver filmes. Acho que só nesse mês eu vi uns 6 filmes, gente. Pra quem trabalha e produz como eu, é milagre. Só consigo, normalmente, assistir a alguns capítulos de seriados. 
É claro que tem um monte de coisas essenciais que não consigo fazer, de que não dou conta, mas eu tento aceitar. Converso com minha psicóloga -- sessões por Whatsapp, gente (funcionam!) --, e vou levando. Quando consigo me lembrar e aceitar que preciso disso, acesso minha conta do Headspace e faço meditação. A minha colega de trabalho sugeriu 10 minutos de meditação antes de iniciar a correção. Vou tentar isso -- e aspirar o óleo de alecrim -- para dar um boost no meu ritmo e no meu nível de concentração.
O café eu não largo. Desde 2015, minha máquina de Nespresso faz sucesso comigo -- e agora com o meu companheiro. Coca-cola eu realmente não tomei mais. Não quero nem chegar perto, porque sei do perigo que é.
A boa notícia, no meio de tudo isso, é que eu emagreci 3 quilos desde o início do ano. Estou com 75,3 kg hoje e se tiver vergonha nessa cara deslavada, eu emagreço mais. 
Por enquanto, vou me concentrar em me distrair mais com coisas que não sejam comida, e também vou trabalhar pra dar conta do recado, aqui. Tenho umas 130 redações para corrigir até o dia 27. Eu me coloco dia 26, para não ter sofrimento maior. Então, hoje eu vou atacar, mais à tarde. Agora, vou escolher quais artigos os alunos lerão pra terça. E assim vamos indo. Com fé em Deus, sairemos inteiros dessa crise de saúde e o mundo, embora colapsado na economia, sairá um pouco recuperado da destruição humana no meio ambiente. 

15 janeiro 2019

Ser mãe muda a existência e renova a vida

 Escolhi esta foto porque é uma das que representam um momento muito especial com a minha filha. Ela tinha um mês (amanhã fará 1 ano e 4 meses), e estávamos no meu escritório -- o cômodo da casa que abriga, ao mesmo tempo, escrivaninha, computador, biblioteca e, agora, um painel com TV e DVD (sim, sim, tem streaming também). Dormia a sono solto, e eu consegui capturar essa cena que, para mim, representa momento de ligação entre nós. Veja, minha filha é o que move meu mundo: acordo pensando nela, e muitas vezes sou por ela acordada, cuido de muitas atividades dela, embora a Ana faça o pesado porque, por razões óbvias de mobilidade, não aguento sozinha a força que a minha bebê tem, e durmo com ela, velando para que tenha sono reparador. Por ela, eu tomei a decisão de retomar minha educação alimentar. Tenho ido mais ou menos bem: escorreguei e comi um pastel, e para compensar não almocei direito, mas fora isso, tenho ido bem, até. E sem coca-cola. Nem um golinho. Tem coca-cola na geladeira, às vezes, porque a Ana é outra que tem hábito de consumir o famigerado refri, mas eu passo reto. Pego água, pego limonada, pego chá-mate, pego Ades. Pra comer, eu diminuí o pão branco e as massas em geral, e estou consumindo mais frutas. Eu também estou tentando não acumular carboidratos no prato, e acabo recorrendo à tabela que a nutricionista me passou ao me dizer que depois da bariátrica, seria daquele jeito que eu teria de me alimentar. 
Eu estou me esforçando para dormir e acordar em horários regulares, o que é também um modo de regularizar o sono da minha bebê, que é cria de coruja com morcego. Isso me ajudará a acordar mais cedo para trabalhar no colégio e me ajudará a fazer com que o corpo ajuste suas engrenagens e não veja necessidade de guardar nada de reserva desnecessária. É verdade que eu ainda tenho fome à noite -- eu estava na fase crítica de acordar de madrugada toda santa noite, com fraqueza para consumir carboidrato --, mas eu levo chá, fruta e, na crise extrema, um sanduíche de pão de grão e requeijão. 
Estava nos meus "dias vermelhos" até hoje, e por isso estive com retenção de líquido. Depois que coloquei o Implanon no braço, todos os sintomas de TPM e de menstruação que eu tinha antes de operar do estômago voltaram, mas acho que a retenção tem a ver com a gordura no corpo. De toda forma, eu me pesei na sexta e estava com 76,4 kg, e hoje eu me pesei e estava com 76,2 kg. No último dia do ano, estava com 77 kg. no primeiro sábado, 77,1kg. Então, emagreci praticamente um quilo. Também tenho me esforçado pra me lembrar de tomar as vitaminas todas, e confesso que muitas vezes é a necessidade de preencher o meu Bullet Journal que me motiva a ir lá e tomá-las. Retomar um hábito perdido é mesmo um processo que exige insistência. 
Ontem, comecei a ler para a minha filha Uma casa na floresta, de Laura Ingalls Wilder. Os livros de Wilder são tão importantes na minha vida, que me levaram a fazer uma Iniciação Científica e um Mestrado para pesquisá-los. Ainda hoje mantêm o encanto para mim, e espero que ela sinta o mesmo, ainda que jamais possamos adivinhar o gosto leitor dos outros. Meu orgulho é vê-la me imitando: abre seus livrinhos no berço quando me vê lendo (seja o Kindle, seja impresso), e hoje aponta e conta a historinha. 
Minha filha é minha grande motivação. Eu quero ter disposição e energia para ser a mãe dela, e não a avó, apesar de termos 40 anos de diferença entre nós. Espero viver com ela a experiência da vida diária e proporcionar a essa menina tão essencial e tão especial as aventuras de brincar, aprender e viajar comigo. É muita pretensão, mas uma mãe pode querer, né? 
Amanhã ela vai à pediatra, mas será a vovó que a levará, porque esta mamãe estará em reuniões e exames para formalizar um novo emprego, que espero que seja bom para mim, para o meu muito amado companheiro e para a nossa pequena. Vou indo a passo de tartaruga, mas eu sei que o importante é continuar e não parar. Continuemos, pois.