Das escolhas que a gente faz
Tem diário de tudo quanto é jeito. O meu é uma forma de manter meu compromisso comigo mesma. Isso é, na verdade, prioridade na vida. E é uma atitude em favor do que eu chamo de disciplina - a consciência de que eu escolhi ser MAGRA.
Para ficar doente foi "um-dois": bastou minha filha vir doente da creche e eu me ferrei de verde e amarelo por mais de dois meses. Para completar, meu companheiro está em fase final de tese e anda mais esticado do que corda de violino. Finalmente, a babá da minha filha -- que é um anjo na terra -- também passou a ter problemas de ordem de saúde e familiar, e então complicou pra nós duas. Até cheguei a ir para a praia, mas não aproveitei como devia, porque a saúde estava como já se imagina.É-é: a gente "trupica mas num cai" ou, se cai, "levanta, sacode a poeira e continua". Esse é o meu caso.No segundo semestre de 2021 as tarefas na escola começaram a ficar muito acumuladas e, por mais que eu virasse noite, não dava conta. Eu fui abandonando os óleos essenciais, as vitaminas, a alimentação Low Carb e os exercícios. Com tudo dando errado e eu correndo atrás do prejuízo, eu aumentei o nível de ansiedade e o sono despirocou de vez.
Amanheci com exatos 62 quilos. Estou, portanto, relativamente perto de atingir minha meta inicial de chegar aos 60 quilos.
Digo "relativamente" porque o processo agora é beeeem mais lento. Eu tive dores decorrentes de inflamação no ombro e agora estou com o joelho lascado. Por isso e pelo aumento de número de óbitos diários na pandemia (que impedem que eu tenha a ajuda da babá aqui em casa), eu acabei interrompendo um tanto meus exercícios diários. Mesmo assim, renovei a assinatura semestral com o treinador e estou me organizando para retomar os exercícios nessa semana (a partir de hoje, para ser exata).
Depois, digo "inicial" porque a ideia sempre foi atingir, primeiramente, o peso com que fiquei ao ter emagrecido após a cirurgia bariátrica e após ter feito a abdominoplastia total. Em seguida, quero trabalhar para atingir a meta que a nunca consegui chegar após a cirurgia, mas que era o que a equipe multidisciplinar considerava ideal para mim, ao terem avaliado meu caso antes da cirurgia. Essa meta é 55 quilos. Eu tinha, então, 32 anos, prestes a completar 33, e hoje já tenho quase 12 anos a mais do que isso. Então, a minha nutricionista atual (com quem me consulto desde 2019) considera que eu posso ficar numa "zona de conforto", por assim dizer, e girar em torno de 57 ou 58 quilos, para evitar que eu retorne aos 60 quilos. Esse é um prêmio de consolação, para mim, pois queria mesmo chegar aos 55 quilos. Quem sabe, assim, poderei usar uma calça 42 nessa vida. Por enquanto, estou no manequim 46, acho. É. O fato de ser anã faz com que eu use tamanho maior. Então, preciso mesmo ter uma meta mais arrojada.
Eu sei que manter a meta mais arrojada em foco é ter a consciência de que ela não será atingida rapidamente. Eu demorei um ano e dois meses para sair dos 78,3 e chegar aos 62 quilos -- com alimentação Low Carb, da qual escapo ocasionalmente para comer uma maça e umas bolinhas de uva (mas olha, eu exagero no amendoim... Isso não é bom). Acho que vou demorar até o final do ano ou até entrar uns dois meses de 2022 para chegar em 55 quilos. Com a pandemia acontecendo e o trabalho se acumulando, eu tento gerenciar o estresse e tento resolver um dilema muuuuuuuito mais antigo que determina muitos fatores no processo de reeducação alimentar e de emagrecimento: a insônia, com um sono irregular.
Minha filha passou muito tempo com a babá para eu conseguir entregar o trabalho acumulado, mas ela está, graças a Deus, comigo. Mesmo com as aulas na faculdade, tentarei dividir o meu tempo entre as correções, a preparação das aulas e ela. Isso significa aproveitar cada minuto para cumprir a cota do dia (sim, eu coloquei no bullet journal quantas redações de cada turma preciso corrigir por dia para manter o ritmo e não acumular tudo). Também quero começar a tentar combinar a companhia dela assistindo aos desenhos (cuja "curadoria" é minha [para não dizer censura, mesmo]) enquanto fica comigo no escritório, comigo corrigindo os textos. Abaixo o volume e me concentro, e quando ela tenta conversar eu explico que quando melhor eu me concentrar, melhor será o resultado e mais rápido eu terei terminado a cota do dia. Vamos ver o quanto consigo fazer isso dar certo.
Por agora, vou justamente terminar por aqui, pois ainda tenho 7 para fazer e um texto acadêmico para reler.
Marcadores: #bypass #lowcarb #exercicios #foco #disciplina #gestaodoestresse
Vamos aos marcos de uma vez por todas:
1) Atingi o peso que tinha quando engravidei;
2) Atingi a marca de 10 quilos emagrecidos neste ano;
3) Voltei a fazer exercícios. Moderadamente, mas voltei.
Subir na balança ao acordar e ver a marca de 68,3 kg foi de uma satisfação serena de quem sabe que o resultado vem com o foco e a disciplina. Quebrei o esquema? Se você considerar dez bolinhas de uva niágara, 1 fatia de 20g de abacaxi, 80 gr de manga palmer e 1 maçã gala como quebra, em ocasiões alternadas, então sim, mas não comi açúcar nem mel nem farinha branca nem integral nem amido algum. Comi porcaria? Bom, uns dois chás-mattes zero com limão e umas três latas de Itubaína zero. Com esse calor, a gente cede... Mas, de novo: não tem carboidrato aí.
Não fiquei fazendo receitinha. Na verdade, fiz um flan de cacau duas vezes, espaçadas, mas da segunda nem deu pra comer porque ficou ruim. Eu acerto mais nos pratos salgados: fiz uma torta-quiche muito boa, mas meu chéri que quase acabou com tudo. :)
Eu fico postando as fotos lá no meu Instagram, para compartilhar essa experiência. Isso também me anima, porque me compromete com quem acompanha o processo.
Finalmente, em meio à correria -- sim, ainda estou lecionando na USP e trabalhando com atendimento de alunos no colégio --, eu consegui dar continuidade à arrumação da cozinha após a reforma (gente, tá quase-quase do jeito que eu quero), à reeducação alimentar e consegui tirar as fotos para enviar ao orientador físico. Então, ele me enviou para essa semana o treino de adaptação: 4 séries de elevação lateral HBC (com esses halteres da foto), abdominais bicicleta, flexão de braços com os joelhos no chão e abdominais crunch. Cada série com 10 repetições, e descanso de dois minutos de descanso entre cada série. Meu, cansa levantar o corpo no muque, viu. E ele falou que como é "básico", que é pra eu fazer todo dia.
Outro projeto que tenho levado a cabo é assistir a um filminho de Natal a cada noite, até a Véspera. Comecei dia 21 de novembro. Então, ainda que eu comece a ver após a meia-noite, eu conto como "o filme do dia", porque eu ainda não dormi. Sendo assim, vou encerrando por aqui e vou ao filme. Amanhã, eu gravo duas aulas (eu detesto fazer isso, mas o semestre foi curto e eu não quero que fiquem sem esse conteúdo) e ainda tenho de resolver coisas de casa. Estou, também, atrasada com a montagem da árvore e com a decoração natalina. Por isso, até a próxima!
Essa foto eu tirei do Pinterest, então não tenho referência exata dela, mas ela serve para traduzir o que tem se tornado meu café da manhã: ovos e café preto. Faço lá uma variação: às vezes queijo, às vezes requeijão, às vezes manteiga, mas sempre sem nada de carboidrato simples, ou seja, no sugar, baby. Aliás, tenho tomado xylitol e, um dia, eu até me arrisquei a tomar um carioquinha sem açúcar. Não foi nada gostooooso, mas dizem que com o hábito a gente aprende a verdadeiramente saborear o café.
Além da alteração de humor, a mudança na alimentação aliada à falta de vergonha na cara gerou a capacidade de ficar gripada na semana passada. É bem verdade que pegamos da nossa pequena, só que isso não teria acontecido se eu tivesse 1) fazendo o correto uso dos protocolos dos óleos essenciais (quando a casa começou a ser pintada, eu "larguei de mão"); e 2) eu tivesse tomando as vitaminas de que necessito por causa da condição de ser operada do estômago. Bom, a gente toma na tarraqueta numa dessas, né. A médica até achou que fosse COVID e me mandou fazer o PCR, mas o resultado saiu e graças a Deus deu negativo. 💖
Meus horários estão super irregulares, mas eu ando levando a sério o que o pessoal da low carb orienta: coma quando está com fome, e coma para saciar, e não para entupir porque está gostoso. Então, eu tenho comido mais proteínas e venho registrando, consistentemente, o que como no diário que existe no My Fitness Pal (lembram dele? Resgatei das antigas e coloquei-o na ativa). Acho que só um dia eu passei da meta que me coloquei de 1300 calorias. Por via das dúvidas, eu resolvi marcar uma consulta com a Dra. Marisa, nutricionista, para a gente regular direito as necessidades diante do que estou fazendo e de onde preciso chegar.
Não é só de comida que uma transformação acontece. Eu sei que preciso beber mais água e eu tenho tentado sem muita força fazer isso, porque ir ao banheiro sem andar é um problema de mobilidade que, dependendo do quão repentinamente eu fico apertada, pode gerar um constrangimento. Anyway, preciso beber água. Eu que lute. Eu tomava muito chá-mate, mas sem o açúcar eu nunca mais fiz. Tomo o de hortelã, só que o de erva-doce não me apetece.
Como não só de comida e de bebida vive uma transformação, eu fico me lembrando de que o Dr. Thales me diz que minha vida vai ser sempre essa muvuca e que eu tenho de me virar e encaixar exercício físico nela. Também sei que academia é furada, dadas as especificidades do meu caso. Então, vou contratar um técnico que vai me orientar à distância. Não tive recomendação, e eu o encontrei pela internet, mas acho que vai dar certo. Temos conversado e eu devo começar assim que o dentista me liberar (eu vou fazer uma das cirurgias envolvidas no processo de implantes dentários -- são 4, e eu estou nisso na APCD desde o ano passado). Eu tenho certeza de que qualquer coisa que eu faça já vai me ajudar a me colocar em movimento e, quando eu menos esperar, vou ter incorporado uma rotina de exercícios, com o objetivo de ganhar massa magra, prioritariamente.
Não fiz "receita low carb" de doce nem nada, porque isso também engorda. É doce de leite, é creme de leite, é pudim, é bolo... Não, obrigada. Eu quero chegar na minha meta e eu não posso me dar ao luxo de fazer isso. Quando bate aquela vontade desesperadora, eu como um tablete de 10 gramas de chocolate 70%. Na TPM, eu comi 20 gramas... 😧
Tenho a dizer que emagreci, até agora, em 19 dias, 3,9 quilos. Eu voltei a usar uma blusa que não estava me servindo, e a sensação é muito, muito gratificante. Eu sei que demora, sei que é um processo, que bate a bad, que o estresse e o leve desespero de ter de corrigir 150 redações em 8 dias úteis é grande, mas é um dia de cada vez -- pra tudo. Quando a gente tem de fazer, é como no quadro do Meu Poupe, da Bruna Andreotto, o "Te vira, linda!" -- só que lá é pra gerar renda extra. Esse é um caso pra focar ano que vem. Minha prioridade esse ano é manter qualidade e excelência no que já faço -- o que inclui tudo nesse período de um dia. E, nesse tempo, eu dedico tudo o que posso pra minha filha: brinco com ela de cozinha, de desenhar, de montar castelinho, leio pra ela, cantamos juntas, e assim vamos indo.
Nisso tudo, tem as aulas na faculdade, que amo de paixão, e eu preparo da melhor maneira que consigo. Conto com a babá para cuidar do que não posso e preparo as aulas. À noite, ou de madrugada, quando minha Flor de Primavera finalmente dorme, eu sempre leio um pouco dos romances do curso, mas o grosso mesmo eu preparo antes de ela acordar -- como agora, por exemplo. Lá vou eu corrigir as redações, porque tenho meta diária pra bater e não me embananar. Pretendo voltar em breve. Talvez, eu diga que de 71,5 kg eu passei a quase 70 ou, com otimismo, menos de 70 kg. A ver.
O problema de haver tantas coisas a cumprir ao mesmo tempo agora é ter de me virar nos 30 e lidar com a montanha-russa de emoções e de humor tanto meu quanto do meu companheiro. A pandemia e a reforma nos exauriram muito, mas a gente sabe que quando um está "virado no jiraya", o outro fica longe o quanto possa, ou evita conversar.